11 de agosto de 2006

Pai e Filho – Aleksandr Sokúrov


Não sei se foi o dia, uma tarde de domingo, em que uma virose me atacou e me deixou enfermo por três dias, mas o fato é que , não consegui achar nada atraente neste filme, muito pelo contrário, ficou na minha memória, apenas uma frase do casal que estava ao meu lado: “que filme mais chato”.

Desde quando houve uma homenagem a este cineasta em uma das Mostras (infelizmente não pude acompanhar), que tinha muita curiosidade em assistir aos seus filmes. Essa oportunidade só veio muito depois, com o belo Arca Russa, e agora com este filme, o segundo que consigo ver.

Sakúrov nos mostra a intensa relação de pai e filho - com a morte da mãe do rapaz ainda muito pequeno- que vivem em um pequeno vilarejo, e se entregam num amor crescente que (para mim) beira o incesto. Com o crescimento do rapaz, seu namoro, e a necessidade de finalmente sair de casa para se tornar um soldado, como alias fora o pai, a relação dos dois entra em questionamento para eles mesmos. Até que ponto esta ligação intensa de amor entre pai e filho é salutar? Isso fica claro quando o rapaz termina o namoro, numa bela cena na janela do quartel, dizendo não conseguir conciliar os dois amores, de namorada e de pai.

A mesma cena da janela serve para salientar, a linguagem poética que se vê durante todo o filme, sendo este, um recurso adorável e necessário, mas nesse caso extremamente excessivo. Não há em nenhum momento uma fluidez narrativa. Sua linguagem poética e aleatória, faz o filme beirar o insuportável, tudo parecia estar fora do lugar. Pelo menos foi esta a minha sensação.

O tempo todo eu me esforçava para buscar as coisas no filme, e não acho que deva ser assim.Uma obra cinematográfica tem que nos prender na poltrona, com uma bruma invisível. Nos hipnotizar e levar para dentro da tela. Tirando os exageros, é isso que penso.

Aliás,agora me lembro, aluguei um outro filme do diretor há tempos atrás: Moloch. Que pelo que me lembro, não consegui chegar até a metade e desisti, é verdade...

Como uma revisão está fora dos meus planos. Também porque eu não tenho que agradar a ninguém, nem o pessoal dos óculos de aro grosso, e muito menos o pessoal da pipoca. Digo e afirmo: Que chato!

7 comentários:

  1. Desse diretor, só vi MOLOCH, que é um saco maior que o do Papai Noel.

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  2. moloch é muito bom, e bem melhor que pai e filho. e á melhor que Arca Russa tb

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  3. Então corra deste filme, Ailton. Eu nunca me contorci tanto numa cadeira, quanto ao assistir este filme, e olha que ele é pequeno, não tem nem 90 minutos.

    Sérge, lembro de você ter adorado Moloch e me indicado, gastei maior grana na 2001 para alugar o filme e tentei duas vezes assistir e não consegui. Um saco!

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  4. Pelo visto você não tem o minímo interesse e conhecimento da Segunda Guerra Mundial para não considerar a obra de Sokúrov, apesar de Maloch ter algum senso de ironia totalmente fora de consideração, tolamente colocaram no roteiro um mito bem ridículo, mas no geral é muito bom!

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  5. Cara, muito conhecimento eu não tenho não. SEi sobre a guerra o básico aprendido no colégio, além de filmes que vi arespeito. A questão é simplesmente uma. Não me encanta a forma como o diretor se coloca, acho tudo muito esquisito nos filmes dele, não é minha praia. Não acho que isso tenha haver com saber ou não sobre a guerra. Poderia de dar vários exemplos de filmes que versam sobre o assunto e eu gosto muito. Acho que vc está confundindo as bolas. Na boa!

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  6. Sokurov é ame ou odeie, eu sou raridade e fico com o primeiro grupo! Gosto muito de Pai e Filho, acho Moloch ótimo, e Arca Russa então...

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  7. É isso, Michael! E também não quer dizer que eu não vá assistir outros filmes dele. Vou sim, continuar tentando, e torcendo para gostar.

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