29 de março de 2006

Ponto Final – Woody Allen


Para mim, é motivo de feriado quando Allen, Almodóvar ou Clint, lançam um novo filme, sou muito fã destes diretores, e acabo assistindo seus filmes até em pré-estréias. Estranhamente, este último Allen, só fui assistir um mês após a estréia.Talvez, meu sexto sentido, tenha feito eu demorar tanto, achei uma decepcionante ida de Allen ao universo londrino.E olha, que mesmo os filmes considerados fracos dele, eu adoro.

Uma história semelhante a essa,que foi “Crimes e Pecados”, já foi muito bem explorada pelo diretor. Aquela se passava em Manhattam, agora o cenário é Londres. No outro, tínhamos Martin Landau e Angélica Huston, neste temos Jonathan Rhys-Meyers (Chis Witton) e Scarlett Johansson (Nola Rice), e é aqui que começam os problemas. Os atores estão muito aquém da batuta do mestre Allen, principalmente Jonathan, que não consegue passar toda fria angustia do personagem. E olha que Woody é sempre muito generoso na direção de seus atores, deixando com que brilhem a vontade, como exemplo, posso citar Diane Wiest, que abocanhou duas vezes o Oscar (Hannah e Suas Irmãs e Tiros na Broadway) sobre a direção do mestre.Outros atores ganharam prêmios por seus trabalhos com Allen.
Outro problema que vejo, por incrível que pareça, é o roteiro do filme, me parece pouco trabalhado, falta densidade, o que nos outros filmes “sérios” sobrou, talvez isso tenha haver com a direção também.

O enredo gira em torno do personagem Chis Witton, ex-tenista medíocre que, aposentado das quadras, vive dando aulas aos ricos londrinos. Nisso ele conhece sua (futura) esposa, que é personificada por Emily Mortiner (Chloe Hewwett Witton).Alias, este papel seria de Kate Winslett, que desistiu em cima da hora, realmente uma pena Ela serve de ponte para ele alcançar o que almeja, como um bom emprego e alto nível social. Mas ele acaba conhecendo Nola Rice, seus instintos falam mais altos, e se tornam amantes. Chega uma hora em que ele se vê sendo obrigado a decidir pela louca paixão com Nola ou sua boa vida ao lado da esposa. Ele faz sua escolha e é obrigado a conviver com ela, isto é, pagar o preço da escolha.Só no final do filme. Quando Chis conversa com suas “vítimas” é que senti aquele lampejo familiar de uma obra do diretor, mais é pouco, muito pouco.

Breve, Woody Allen fará um outro filme em Londres, alega ter liberdade para fazer o que bem entende, vamos ver se ele se sairá melhor. Mas a minha primeira impressão é de que a troca do café pelo chá, e do tradicional jazz pela ópera não lhe fez bem. Manhattam lhe espera.

4 comentários:

  1. Poxa, eu adorei o filme, Beto. É um Woody Allen diferente, mas suas principais características estão presentes. Pra mim, foi uma experiência bastante feliz. Não é um filme perfeito, é claro, mas é extremamente prazeroso como obra de arte.

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  2. Poxa, falo eu Ailton. Fui assistir o filme pronto para me apaixonar, e nada disso... Achei arrastado, e odiei o ator que faz o papel principal, alias, achei o elenco todo ruim. Como comentei, o mesmo tema foi posto em pratica pelo Allen, e o resultado foi muito melhor. Vou até rever Crimes e Pecados neste final de semana.
    Não consegui enxergar as caracteristicas de Allen no filme, como você disse (não só você). Enfim, talvez eu estivesse num dia ruim(acontece), com má vontade ou talvez seja isso mesmo, vou tirar a prova no próximo Allen. Ainda bem que o cara faz um por ano.

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  3. Realmente as opiniões não se discutem lamentam-se.

    Um dos melhores Allen de sempre e é críticado tão ferozmente??
    Admito que a opera não me agradou também muito mas é um feliz muito bem conseguido. E o JOnathan Rhys Meyers um mau actor??
    Não devemos ter visto o mesmo filme
    Não percebo...

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  4. Pedro, olha que maravilha é o cinema... Vimos o mesmo filme sim. Não gostei de nenhum dos três atores principais. talvez não tenha gostado do filme por esperar aquele ritmo verborragico do Allen, seu estilo inconfudivel que não vi presente nesse filme. Ele carece de uma revisão que logo, logo será feita. Afinal este é um dos meus diretores preferidos. Meus cinco Allens preferidos são:
    Memorias
    Desconstruindo Harry
    Manhattan
    Maridos e Esposas
    Interiores

    e os seus, algum bate com seu gosto/

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